segunda-feira, 21 de junho de 2010

Runas: A Poderosa Mística Nórdica

Uma Breve Análise sobre a História e as Utilizações Modernas

Nos anos 80, praticamente ninguém ouvia falar em runas, e eis que um autor americano chamado Ralph Blum lança seu livro e divulga para os Estados Unidos fazendo o tema se espalhar pelo mundo.
O trabalho de Blum não consistia em uma análise arqueológica ou histórica, mas sim uma abordagem esotérica, visando o uso oracular das runas somente.
Nesta abordagem encontramos uma runa em branco, que representaria wyrd (o destino), e isso se repetiu em livros baseados no trabalho dele.
As runas não tinham somente uma função oracular, alias, esta função é historicamente discutida até hoje, onde a única evidência de "símbolos distintos" vem de Tácitus (historiador romano 55-120 d.C) em sua obra , Germânia, que faz menção a sortilégios feitos por chefes tribais usando galhos de árvores frutíferas com símbolos distintos. Possivelmente tais símbolos poderiam ser as runas...
Eu acredito que os símbolos descritos por Tácitus tenham sido sim as runas, e em um mundo onde em todos os tempos, simbolos ganharam valor mágico e divino, espera-se que as runas tenham sim sido usadas para estes fins no passado. Das letras kabalisticas aos números, passando até mesmo pelo nosso alfabeto e o tabuleiro ouija, das grafias maias até os ideogramas orientais...todas ganharam função mágica, e a função oracular veio de carona também.
Mas não somente para esta suposta utilização oracular as runas foram utilizadas, pois foi atribuído também função alfabética, e extensamente vemos memoriais de pedra gravadas com runas, em homenagem aos heróis falecidos, que podem ser encontrados em praticamente toda Europa até mesmo ao leste por conta dos varengues que serviram o Império Bizantino.
Nessas grafias, palavras eram separadas por pontos(tradicionalmente), ou cruzes(influenciados pelas culturas católicas), porém jamais por espaços em branco, assim como fazemos nas escritas modernas.
Este é um ponto interessante que firma mais ainda a não utilização de uma runa em branco.
Hoje o estudo das runas pode ser um pouco confuso aos iniciantes pela variedade de influências que estas receberam de diferentes povos, épocas, e formação.
O mais antigo conjunto é conhecido como Elder FUTHARK, ou conjunto germânico antigo, composto por 3 aetir (aettir é o plural de aett que significa conjunto, grupo, ou familia) de 8 runas.
Similar a este, temos o conjunto teutônico composto pelo mesmo número de runas com, um conjunto de significados similares e uma formação que difere apenas, em comparação ao elder fhutark, a posição da última runa pela penúltima.
Outros conjuntos foram criados chegando ao numero de 33 runas, ou runas northumbrianas, conjunto muito respeitado e utilizado também para fins místicos. Eis que então chegamos ao novíssimo conjunto de 16 runas, conhecido como "alfabeto viking" , pois foram utilizados neste período.
Eu particularmente me identifico mais com o Elder fhutark, pois tenho uma crença de que este conjunto remonta um caminho evolutivo que se inicia na primeira runa, fehu e se finda em Daeg,
Neste conjunto notamos a possibilidade de inverter estes símbolos em 16 runas das 24 runas. Sendo o número 8 de destaque, notamos 8 runas sem possibilidade de inversão e 16 runas com esta possibilidade, sendo que destas 16 runas reversíveis, se encontram 7 no primeiro aett, 3 apenas no segundo aett e 6 no terceiro aett!!!!
Analisando a natureza de cada um dos aettir notamos a energia material, racional e terrena do primeiro aett, as manifestações da natureza e o plano emocional do segundo aett. e a energia mais mental e sutil do terceiro aett, e em análise ao que foi descrito sobre runas possíveis de inversão podemos meditar muitas conclusões...que fortalecem o uso sim das runas invertidas.
No caso das inversões podemos interpretar uma má qualificação daquela energia em especifico, que podem gerar problemas de todas as naturezas.

Dos métodos de utilização oracular usados atualmente vemos um conjunto de adaptações com o tarot, astrologia e até numerologia, uma vez que não vieram registros concretos da utilização oracular do passado, menos ainda poderiam vir métodos de jogadas mais elaborados do que colher um punhado de runas e lançá-las a um tecido branco...
Respeitar as tradições e buscar o máximo de fidelidade com oque os antigos faziam nas práticas modernas seria o ideal para manter forte a egrégora, porém , como sempre afirmo: não somos camponeses vivendo a cerca de 1000 anos atrás!
O homem e suas necessidades evoluíram muito, e apesar de vermos ainda os mesmos problemas do passado, presentes no homem moderno este em muito evoluiu seu ego também(salvo alguns casos)
O que quero dizer com isso é que a necessidade de fazer sacrifícios, tanto em animais como em seres humanos é dispensável, assim como outros costumes que para os dias atuais seriam imorais ou fora do senso comum de “saudável”.
Longe disso buscar, a recriação da fé antiga pagã em uma visão atualizada as nossas necessidades soa não apenas bem mas necessário também para este novo tempo turbulento em mudanças e oscilações.

Um grande abraço a todos!
Romálio Faé França

Nenhum comentário: